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domingo, 21 de setembro de 2014

Capitulo 18

O Teatro do século xx: Nelson Rodrigues e Ariano Suassuna                

                   Nelson Rodrigues: Pelo buraco da fechadura

     O Escritor e jornalista, Nelson Rodrigues (1912-1980) é considerado o pai do teatro moderno brasileiro. Em 1942, a encenação de Vestido de Noiva, segunda peça de Nelson Rodrigues , sob direção de Ziembinski, revoluciona a dramaturgia brasileira e faz um estrondoso sucesso. A montagem inova ao trazer para o palco três planos simultâneos, divididos entre a realidade, memória e a alucinação de Alaíde, personagem principal, que fora atropelada após ter mantido uma relação adultera com o marido de sua irmã.
      O teatro de Nelson Rodrigues representa quase sempre uma realidade pequeno-burguesa e ,por meio de temos como o sexo, o adultério, o ciúme ,o incesto, o suicídio , o assassinato corrupção moral por trás de seu comportamento. O critico e dramaturgo Sábato Magaldi dividiu o teatro Nelson Rodrigues em três núcleos , que frequentemente se interpenetram : as Tragédias psicológicas , como Vestido de Noiva; As tragédias míticas, como Álbum de família; as Tragédias cariocas,como Beijo no asfalto.

                     Suassuna: O erudito a partir do popular

       Em uma vertente diversa da de Nelson Rodrigues , Ariano Suassuna reinventou á sua maneira, a dramaturgia nacional e o regionalismo da década de 1930, como o objetivo de criar uma estética nacional popular.
       O conceito “armorial” está ligado á heráldica, isto é, o conjunto de insígnias, brasões ,escudos e bandeiras de um povo. A função desses símbolos é representar e evocar a identidade cultural daqueles que os utilizam.
       A cultura popular nordestina é a bandeira de Ariano Suassuna . Com essa combinação de influencias , sua peça Auto da compadecida,por exemplo, alcançou amplo sucesso no Brasil e no exterior. A intertextualidade é uma característica marcante da dramaturgia de Ariano, ele retoma livremente termas e técnicas de folhetos de cordel do interior de Pernambuco ,assim como do universo circense e das peças populares da Idade média portuguesa, da Comédia dell’arte do renascimento italiano e do barroco espanhol.
      João Grilo, protagonista de Auto da compadecida, é ao mesmo tempo a figura típica do sertanejo nordestino(pobre, faminto , mas resistente), presente nas narrativas cantadas da região, e a encarnação regional da figura do pícaro, anti-herói que transita entre a ordem e a desordem , a fim de transformar a própria miséria em sustento.

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