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domingo, 21 de setembro de 2014

Capitulo 16

          Clarice Lispector: Um coração selvagem

     Clarice Lispector ocupa, ao lado de João Guimarães Rosa, papel central no que a critica literária convencionou chamar de ficção de vanguarda brasileira.            Sua obra contrasta radicalmente com o romance brasileiro da década de 1930.
Filha de judeus nascida na Ucrânia, cuja família emigrou para o Brasil quando ela tinha dois anos, desde que foi alfabetizada Clarice manifestou interesse pela leitura. Ainda criança, arriscou-se a escrever uma peça de teatro(pobre menina rica) e pequenas histórias que enviava para um jornal de Pernambuco. Clarice publicou extensa obra literária, na qual se destacam romances como Perto do coração selvagem(1944), O lustre(1946), A cidade sitiada(1949), A maçã no escuro(1961), A paixão segundo G.H(1964), Uma aprendizagem ou o livro de contros como Laços de família (1960), A legião estrangeira(1964), Felicidade clandestina(1917)e a via crúcis do corpo (1974).

                                              

                                          A Crise da Subjetividade

       A prosa de Clarice desce cada vez mais fundo na representação da realidade intima do ser humano. Dissolve a linha cronológica do enredo, rompe a fronteira entre a voz do narrador e a das personagens, cria metáforas inusitadas.

              

                A correnteza da intimidade e da linguagem

       Um recurso narrativo radicaliza a imersão na intimidade dos narradores e   personagens da obra clariana: o monólogo interior. A técnica consiste em representar o fluxo de consciência , a desarticulada atividade mental ainda em estado anterior á verbalização, não linear, fragmentada. É como se o “eu” da personagem se desdobrasse e se interrogasse.

                                         Cotidiano e epifania

      O fluxo de consciência costuma derivar de uma sensação súbita de arrebatamento do individuo, a chamada epifania. O gatilho da epifania, acionado pelo cotidiano, dá incio então a uma reflexão sobre a existência, capaz de misturar sensações antagônicas como o medo e o fascínio, o desejo e a repulsa, as delicias e o sofrimento de viver.

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