...

...

domingo, 21 de setembro de 2014

Questionário referente ou estudo de comparação

   entre as contraculturas: Brasil/Estados Unidos. 



  • O que foi contracultura?
  • Como se deu a contracultura no brasil?
  • Como se é feita a comparação entre contraculturas?
  • O que foi a contra cultura juvenil para Cortes?
  • O que foi a contracultura para Roszak?
  • O que a contracultura juvenil defendia?
  • Quais eram os principais desejos dos jovens?
  • Por que muitos jovens deixavam suas casas?
  • Como surgiu a contracultura e como se difundiu para outros países?
  • De que forma os protestos eram realizados pelos jovens?
  • De que forma traços da contracultura pode ser identificado na jovem guarda?
  • Qual foi um dos principais veículos de exposição da nova contracultura ,tanto no brasil quantos nos estados unidos em 1994?  
  • Qual a critica presente na letra da canção "blowin' in wind" de Bod Dylan?
  • Na letra da música "balada do louco" o que representa a voz do louco?
  • Por que a contracultura isoladamente?

Capitulo 14


Unidade 5: O Modernismo no Brasil- terceira geração.

O apuro da forma


    No período de 1945 a 1960, o país abriu-se para o mundo em vários setores culturais como as artes plásticas, a arquitetura e a musica. No campo literário , O Modernismo de terceira geração representou um dos momentos mais fecundos para a arte do Brasil, revelando autores de alta densidade na poesia e na prosa e no teatro. A densidade revela-se no programa estético, quando este é explicito , ou diretamente na realização das obras.

   O contexto histórico Juscelino e os “50 anos em 5”


    Logo no inicio do seu mandato , o novo presidente lançou um ambicioso plano nacional de desenvolvimento – o Plano de Metas- baseando na industrialização e no ingresso de capitais estrangeiros. O slogan da época- “50 anos em 5”- prometia desenvolver o pais rapidamente. Os principais objetivos econômicos estavam nas aéreas de geração de energia, transportes e industrias de base, aos quais se somava a construção de Brasília.    Portanto, no período de 1945 a 1960, a economia brasileira experimentou dois movimentos distintos : inicialmente , vigorou a substituição de importações, simultaneamente com uma parcela da burguesia brasileira aliada ao capital estrangeiro. Tudo isso se passou em um grande contexto de grande crescimento urbano.

                              O contexto cultural


     Até a década de 1940, o Rio de janeiro, capital federal,era ainda o grande centro cultural do país. Lá estava sediada a rádio nacional, transmitindo para multidões a voz de cantores populares como Emilinha Borba ,Angela Maria e Cauby Peixoto .Tinham também sede no Rio a companhia cinematográfica Atlantida , grande numero de teatros, os principais museus de arte e os maiores jornais do país.

                              O contexto literário

     A produção literária do Modernismo de terceira geração não ocorreu sob o signo da ruptura , da denuncia ou da afirmação de uma identidade geracional. Ao contrário, a principal contribuição dessa geração consistiu em proporcionar desdobramentos muito conseqüentes dos principais temas da segunda geração: o regionalismo e a literatura de investigação psicológica. Soma-se a isso a constituição do teatro moderno n Brasil , também realizada no mesmo período.Autores e gêneros    A poesia de João Cabral de Melo Neto , Guimarães Rosa e seus contos e romances, Clarice Lispector em seus contos e romances, Nelson Rodrigues e o teatro moderno, Ariano Suassuna dramaturgo.

Capitulo 15





João Guimarães Rosa: “Viver é muito perigoso”




Uma obra “espantosa”


    O adjetivo reproduz o espanto e a admiração da critica literária diante da obra, que consagrou seu auto como um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. A literatura de Guimarães Rosa se inscreve na vanguarda da narrativa brasileira contemporânea , em virtude de três fatores principais: o vocabulário riquíssimo, o narrador totalmente imerso na cultura regional, as historias variadas e surpreendentes. Como resultante de um só ou de todos esses fatores somados, a literatura de Guimarães Rosa é considerada grandiosa e difícil de ser interpretada desde a publicação de seu primeiro livro de contos, Sagrana(1946).
   Além de Sagrana, publicou também Corpo de baile(1956), conjunto de novelas posteriormente desmembrando em três volumes: Manuelzão e Miguilim;No Urubuquaquá,no Pinhém e Noites do sertão. Prestigiado e premiado no Brasil, Guimarães Rosa teve sua obra traduzida para vários idiomas. Uma de suas grandes contribuições á literatura brasileira foi trazer novamente o regionalismo para o centro da ficção,mas completamente transformado e revitalizado.

                                 O narrador e as histórias



     A obra de Guimarães Rosa está impregnada de “causos” que lembram histórias de tradição oral. Manuel Fulô, protagonista do conto “corpo fechado”, é um sujeiro metido valentão. O tom de oralidade e o emprego de um vocabulário popular são dois elementos determinantes para a imersão do narrador na cultura regional do sertão. A imersão do narrador na cultura regional se evidencia também por meio das histórias contadas: muitas delas aderem sem reservas ao imaginário cultural e religioso do sertão. Qualquer que seja o tema das hist´roias, observa-se em quase todas elas o apagamento de referencias cronologias, o que, segundo a critica , transforma o sertão de Guimarães Rosa em um cenário mítico e atemporal, que transcende limites históricos e geográficos. Essa adesão promovida por meio do discurso indireto livre é a grande responsável por mergulhar o leitor em um universo quase mágico: a cultura do outro.

      A linguagem


      A crítica classificada a obra de Guimarães Rosa como literatura de invenção, que tem como aspecto mais evidente os neologismos. No campo do vacabulário, a inovação ocorre também pelo emprego de arcaísmos, palavras que não pertencem mais ao emprego corrente.Reaparecendo no texto literário moderno, elas adquirem um surpreendente frescor, que lhes dá sabor de novidade. Juntam-se aos neologismos e aos arcaísmos os termos eruditos, que muitas vezes aparecem lado a lado com vocábulos e ditos populares.

     No campo da sintaxe, observa-se o domínio externo do ritmo das frases, nas quais é possível perceber a musicalidade da fala sertaneja. Outro elemento importante na linguaguem de Guimarães Rosa é o humor, presente na criação de tipos cômicos e nas piadas e anedotas que fazem parte dos contos e novelas.

Capitulo 16

          Clarice Lispector: Um coração selvagem

     Clarice Lispector ocupa, ao lado de João Guimarães Rosa, papel central no que a critica literária convencionou chamar de ficção de vanguarda brasileira.            Sua obra contrasta radicalmente com o romance brasileiro da década de 1930.
Filha de judeus nascida na Ucrânia, cuja família emigrou para o Brasil quando ela tinha dois anos, desde que foi alfabetizada Clarice manifestou interesse pela leitura. Ainda criança, arriscou-se a escrever uma peça de teatro(pobre menina rica) e pequenas histórias que enviava para um jornal de Pernambuco. Clarice publicou extensa obra literária, na qual se destacam romances como Perto do coração selvagem(1944), O lustre(1946), A cidade sitiada(1949), A maçã no escuro(1961), A paixão segundo G.H(1964), Uma aprendizagem ou o livro de contros como Laços de família (1960), A legião estrangeira(1964), Felicidade clandestina(1917)e a via crúcis do corpo (1974).

                                              

                                          A Crise da Subjetividade

       A prosa de Clarice desce cada vez mais fundo na representação da realidade intima do ser humano. Dissolve a linha cronológica do enredo, rompe a fronteira entre a voz do narrador e a das personagens, cria metáforas inusitadas.

              

                A correnteza da intimidade e da linguagem

       Um recurso narrativo radicaliza a imersão na intimidade dos narradores e   personagens da obra clariana: o monólogo interior. A técnica consiste em representar o fluxo de consciência , a desarticulada atividade mental ainda em estado anterior á verbalização, não linear, fragmentada. É como se o “eu” da personagem se desdobrasse e se interrogasse.

                                         Cotidiano e epifania

      O fluxo de consciência costuma derivar de uma sensação súbita de arrebatamento do individuo, a chamada epifania. O gatilho da epifania, acionado pelo cotidiano, dá incio então a uma reflexão sobre a existência, capaz de misturar sensações antagônicas como o medo e o fascínio, o desejo e a repulsa, as delicias e o sofrimento de viver.

Capitulo 17

João Cabral de Melo Neto: O arquiteto da linguagem




    O pernambucano João Cabral de Melo Neto(1920-1999) é contemporâneo dos poetas da Geração de 45, que retomam os modelos clássicos de composição. Cabral compartilha com eles o formalismo no tratamento da linguagem, mas na sua a poesia o rigor construtiva é muito mais que a volta a convenções consagradas. João Cabral é o idealizador de uma poesia calculadamente arquitetada para apreender a emotividade que há nas coisas do mundo, sem que o poeta tenha que, para isso, partir de uma emoção pessoal.

                                                                  A Poesia



   Os dois últimos livros publicados por João Cabral se intitulam Sevilha andando(1989) e Andando Sevilha(1990). Por conta dessa busca da construção racional da poesia, a imagem do arquiteto e a do engenheiro são freqüentemente associadas ao poeta.


          Duas águas: entre o poema e o Nordeste


       Em 1956, João Cabral de Melo Neto lançou Duas águas, livro em que reunia toda sua obra publicada até então-Pedra do sono(1942), Os três mal-amados(1943), O engenheiro (1945), Psicologia da composição com a fábula de Anfion e Antiode(1947) e O cão sem plumas(1950). A primeira que até o livro Psicologia da composição, comporta, como preocupação de fundo, uma questão metalinguística , definidora da mencionada antilira cabralina. A influencia da pintura surrealista do primeiro livro vai cedendo espaço á dessublimação da poesia e do próprio eu lírico –ou seja , a retirada da aura sublime,elevada,do fazer do poeta.
     Na segunda fase, muda o assunto predominante nos poemas. Eles já não tratam diretamente da natureza da poesia,mas a poética proposta na primeira fase está presente na forma de tratar seu novo tema preferencial: O drama nordestino.
        Nas obras posteriores, a tensão entre as linhas de força sugeridas por Duas águas (a reflexão sobre a composição do poema e a expressão do drama nordestino humano) continua a ser trabalhada dentro de cada obra, definindo cada vez mais precisamente o projeto poético de João Cabral. O ponto culminante dessa investigação encontra-se no livro A educação pela pedra, de 1966.
       A busca pela simetria na composição é levada aqui ás ultimas conseqüências .Feita de 48 poemas, a obra é dividida em quatro seções de 12 textos cada, organizadas pela forma (poemas de 16 versos nas duas primeiras seções, e 24 versos nas outras duas) e pela temática (social em duas seções intituladas “Nordeste”; e de temas variados nas outras duas, chamadas “Não Nordeste”.

Capitulo 18

O Teatro do século xx: Nelson Rodrigues e Ariano Suassuna                

                   Nelson Rodrigues: Pelo buraco da fechadura

     O Escritor e jornalista, Nelson Rodrigues (1912-1980) é considerado o pai do teatro moderno brasileiro. Em 1942, a encenação de Vestido de Noiva, segunda peça de Nelson Rodrigues , sob direção de Ziembinski, revoluciona a dramaturgia brasileira e faz um estrondoso sucesso. A montagem inova ao trazer para o palco três planos simultâneos, divididos entre a realidade, memória e a alucinação de Alaíde, personagem principal, que fora atropelada após ter mantido uma relação adultera com o marido de sua irmã.
      O teatro de Nelson Rodrigues representa quase sempre uma realidade pequeno-burguesa e ,por meio de temos como o sexo, o adultério, o ciúme ,o incesto, o suicídio , o assassinato corrupção moral por trás de seu comportamento. O critico e dramaturgo Sábato Magaldi dividiu o teatro Nelson Rodrigues em três núcleos , que frequentemente se interpenetram : as Tragédias psicológicas , como Vestido de Noiva; As tragédias míticas, como Álbum de família; as Tragédias cariocas,como Beijo no asfalto.

                     Suassuna: O erudito a partir do popular

       Em uma vertente diversa da de Nelson Rodrigues , Ariano Suassuna reinventou á sua maneira, a dramaturgia nacional e o regionalismo da década de 1930, como o objetivo de criar uma estética nacional popular.
       O conceito “armorial” está ligado á heráldica, isto é, o conjunto de insígnias, brasões ,escudos e bandeiras de um povo. A função desses símbolos é representar e evocar a identidade cultural daqueles que os utilizam.
       A cultura popular nordestina é a bandeira de Ariano Suassuna . Com essa combinação de influencias , sua peça Auto da compadecida,por exemplo, alcançou amplo sucesso no Brasil e no exterior. A intertextualidade é uma característica marcante da dramaturgia de Ariano, ele retoma livremente termas e técnicas de folhetos de cordel do interior de Pernambuco ,assim como do universo circense e das peças populares da Idade média portuguesa, da Comédia dell’arte do renascimento italiano e do barroco espanhol.
      João Grilo, protagonista de Auto da compadecida, é ao mesmo tempo a figura típica do sertanejo nordestino(pobre, faminto , mas resistente), presente nas narrativas cantadas da região, e a encarnação regional da figura do pícaro, anti-herói que transita entre a ordem e a desordem , a fim de transformar a própria miséria em sustento.