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quinta-feira, 24 de abril de 2014


Unidade 1


Capitulo 7°


         Introdução:

           (Manuel Bandeira e Alcântara Machado)


    Os modernistas da primeira geração se interessavam pelo registro dos acontecimentos prosaicos e buscavam captar a agitação das metrópoles, o cotidiano e a fala simples das pessoas. Para isso incorporaram assuntos antes considerados irrelevantes, como cenas urbanas e seus personagens e as misturas linguísticas decorrentes do contato do português brasileiro com os idiomas de imigrantes.


                              Manuel Bandeira


    Manuel Bandeira é considerado um dos mais importantes poetas brasileiros. Antes de amadurecer o lirismo próximo à coloquialidade, que se tornaria sua marca registrada no contexto do Modernismo, experimentou a influências de outras estéticas.


        Bandeira tinha domínio das variedades alternativas formais da poesia. No início dos anos 1920, quando se aproxima de Mário de Andrade e dos ideais estéticos do Modernismo, começa a compor poemas com versos livres e de um lirismo mais direto e espontâneo.



      Manuel Bandeira foi um dos mais ardorosos defensores do Modernismo, ainda que não se possa encaixá-lo em nenhuma das linhas nas quais se dividiu o movimento em seus primeiros dez anos. Alguns de seus poemas publicados nos anos iniciais do movimento modernista tornaram-se verdadeiras sínteses do ideal de renovação da literatura no Brasil das primeiras décadas do século XX.


        Aberto a todas as novidades que foram propostas pelos modernistas, ao longo do tempo. Bandeira foi estabelecendo uma poética própria. Entre seus Temas centrais, encontram-se o amor irrealizável, e as rememorações de infância, o jogo erótico, a observação do que se passa nas ruas. Contudo, há uma marca mais profunda que organiza esses e outros temas tratados pela sua poesia: ausência, figurada na imagem de morte.


                               Alcântara Machado



    Um dos primeiros grandes intérpretes do Modernismo de São Paulo, Antonio de Alcântara Machado (1901-1935) soube captar como poucos a efervescência das primeiras décadas do século XX na capital paulistana. Seu estilo cinematográfico, a linguagem concisa, feita de construções sintáticas que privilegiavam o coloquialismo, registra cenas da comunidade de imigrantes e faz nascer um modo novo de escrita literária.


        Em 1928, o autor publica a coletânea de contos Brás, Bexiga e Barra Funda, na qual narra situações cotidianas de comunidades ítalo-brasileiras que habitavam bairros afastados do centro paulistano e, aos poucos, misturavam-se com os moradores de outras regiões. A recusa de uma parcela tradicional da população em aceitar a ascensão econômica dos imigrantes italianos é registrada pela prosa direta do narrador.


     A grande novidade, porém, é de ordem literária, com a introdução de elementos da linguagem, como estrangeirismo, onomatopeias e uma nova sintaxe tão ágil quanto a vida em um centro urbano moderno. A prosa de Alcântara Machado foi uma das que melhor adequaram a nova forma de escrita modernista às mudanças pelas quais passava a sociedade brasileira.






Colégio Brigadeiro Newton Braga         Turma:3004           Aluna: Karoline Souza.



Unidade 1


CAPITULO 6°




INTRODUÇÃO:


  Literatura marco zero: Mário, Oswald e Raul Bopp



A primeira geração do modernismo caracterizou-se pela experimentação com a linguagem. A busca pela ampliação dos horizontes da linguagem artística , estimulada por influências europeias ,acompanhou uma reflexão profunda sobe o ser brasileiro.


       Mário de Andrade é considerado um dos maiores responsáveis pelo espírito inquieto e inventivo que caracterizou-se a primeira fase do modernismo.

      *A POESIA de Mário de Andrade representa os diversos caminhos pelo quais o modernismo transitou. Em seu livro de poemas Pauliceia Desvairada, entre as ideias de ruptura que defende , além do registro da língua brasileira, próxima a fala do povo , estão o verso livre e a escrita automática, é possível notar também efeitos de manipulação do eu lírico , como se ele tentasse dar conta de todo o conjunto de experiências que caracterizaram a modernidade. 
   *NO COMPO DA PROSA, três obras se destacam: Amar, verbo intransitivo (1927) , Macunaíma: o herói sem nenhum caráter(1928) e Contos novos: reúne nove contos , republicada em (1946) Macunaíma talvez seja o título mais célebre de Mário de Andrade, pode-se dizer que, bem à moda do modernismo brasileiro de primeira geração , obra é formada através de narrativas de gênero literário originário da Grécia antiga. Composta por uma junção de várias poéticas orais que representavam toda a tradição de um povo. A narrativa é repleta de peripécias e transformações que lembram a estrutura de mitos. Ao longo da obra , Macunaíma vive metamorfoses: (é criança ao início transforma-se em adulto amadurece e transforma-se em herói) , é indígena ,é negro e é branco, para ao final tornando-se uma estrela da constelação da Ursa maior.

     Oswald de Andrade: o desembaraço da invenção



  Escritor, ensaísta e dramaturgo , foi responsável por dois textos que ajudaram a delinear o modernismo no Brasil: o Manifesto Pau-Brasil e o Manifesto Antropofágico. Suas ideias sintetizaram uma maneira de responder ao problema que marcou profundamente a primeira geração de escritores modernistas: a busca pela identidade nacional. No o livro Pau-Brasil alguns elementos da concepção moderna da linguagem poética chamam a atenção.             No poema O recruta , à forma sintética , linguagem prosaica e desmontagem cômica do tema amoroso. A proposta de Oswald de Andrade é “limpar a poesia brasileira dos cipós do bacharelismo” constitui-se em uma grande renovação da linguagem literária. Oswald de Andrade soube, como poucos, criar uma poesia ao mesmo tempo sentimental e intelectual ,resultante da escolha de temas triviais que surpreendem como o poema “Balada do Esplanada”.



            Desconstrução da narrativa



     Na prosa, Oswald de Andrade produziu dois livros fundamentais para o Modernismo : Memórias sentimentais de João Miramar(1924) e Serafim ponte grande (1933). 

   Memórias sentimentais é considerado o real "marco zero” da prosa modernista. Constitui-se de episódios-fragmentos numerados que constroem uma espécie de autobiografia de Oswald. Nos episódios-fragmentos observa-se uma mescla de gêneros diversos , como poemas, citações, cartas, relatos de viajem. 
   A sátira realizada por Oswald em Memórias sentimentais visa principalmente os intelectuais de província como Machado Penumbra, adeptos do linguajar empolado e pomposo que a literatura modernista criticava implacavelmente.




             Raul Bopp: as raízes populares da poesia



         O poeta gaúcho se preocupava em recuperar as lendas e os mitos das culturas indígenas e negra, Raul Bopp (1898-1984) tem como obra de maior destaque o poema narrativo Cobra Norato. Esse poema , composto de 33 partes , apresenta uma estrutura que lembra muito uma montagem cinematográfica , com imagens justapostas e uma espécie de escrita em que versos e estrofes aparecem e reaparecem em outras partes ao longo do texto. Outro componente da poética de Bopp é a construção de um panorama da presença negra no país, marcada pela publicação de Urucungo, em 1932. A escravidão, a identidade negra e a relação com os brancos são temas recorrentes nesse livro.O comportamento violento e arbitrário da senhora branca é tratado no poema                Dona Chica com recursos estilísticos consagrados pelo modernismo: frases curtas, amplo uso do registro coloquial; diálogos e outros elementos narrativos.



     
    
     


Colégio Brigadeiro Newton Braga. Turma: 3004. Aluna: Karoline Souza. 

quinta-feira, 10 de abril de 2014


Capitulo 5°


       Resumo :


            Foi a partir da primeira semana de Arte moderna, em 1922 que o modernismo nascido na cidade de são Paulo, ganhou bases mais sólidas e se espalhou pelo país. O evento aproximou os artistas, criando um diálogo bastante intenso entre os escritores, mas também entre os artistas plásticos, músicos e arquitetos. Em um contexto de produção aquecido, surgiram obras que permitiram o Brasil a rever seus modelos de composição artística para recolocar a importância cultural popular e repensar valores morais fazendo com que a primeira geração modernista brasileira começasse a ganhar autonomia em relação à produção literária estrangeira, deixando de importar acriticamente modelos estéticos criados nas grandes capitais culturais do mundo.

                              Contexto histórico



        O Modernismo teve início em meio à fortalecida economia do café e suas oligarquias rurais. A política do “café com leite” ditava o cenário econômico, ilustrado pelo eixo São Paulo - Minas Gerais. Contudo, a industrialização chegava ao Brasil em consequência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e ocasionou o processo de urbanização e o surgimento da burguesia.


        O número de imigrantes europeus crescia nas zonas rurais para o cultivo do café e nas zonas urbanas na mão de obra operária.
Nessa época, São Paulo passava por diversas greves feitas pelos movimentos operários de fundamentação anarquista.


        Com a Revolução Russa, em 1917, o partido comunista foi fundado e as influências do anarquismo na sociedade ficavam cada vez menos visíveis. A sociedade paulistana estava bastante diversificada, formada por “barões do café”, comerciantes, anarquistas, comunistas, burgueses e nordestinos refugiados na capital.


       Este movimento cultural foi idealizado e liderado por um grupo de artistas chamado Grupo dos cinco, integrado pelos escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia e pelas pintoras Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, além de contar com várias participações artísticas. 
É considerado um movimento não só artístico como também político e social, já que se opunha à política totalitária da época, bem como da contradição social entre os proletários e imigrantes e as oligarquias rurais.

                               Contexto cultural



        O Modernismo tem seu marco inicial com a realização da Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. O grupo de artistas formado por pintores, músicos e escritores pretendia trazer as influências das vanguardas europeias à cultura brasileira. Essas correntes europeias expunham na literatura as reflexões dos artistas sobre a realidade social e política vivida. Por este motivo, o movimento artístico “Semana de Arte Moderna” quis trazer a reflexão sobre a realidade brasileira sociopolítica do início do século XX.


          A Semana de Arte Moderna trouxe um rompimento, uma destruição das estruturas clássicas, acadêmicas, harmônicas, e por esse motivo tem caráter anárquico e destruidor. Mário    de Andrade    chamou a primeira fase do Modernismo  de “fase da destruição”, já que é totalmente contraditória ao parnasianismo ou simbolismo das décadas anteriores. Os artistas têm em comum a busca pela origem, daí vem o nacionalismo e acarreta a volta às origens e valorização do índio brasileiro. 

                                 Contexto literário


    A primeira fase modernista também é marcada pelos manifestos nacionalistas: do Pau-Brasil, da Antropofagia, do Verde-Amarelismo e o da Escola da Anta. Podemos destacá-los da seguinte forma:


       • Manifesto Pau-Brasil: escrito por Oswald de Andrade, publicado no jornal “Correio da Manhã”, em 18 de março de 1924, apresentou uma proposta de literatura vinculada à realidade brasileira e às características culturais do povo brasileiro, com a intenção de causar um sentimento nacionalista, uma retomada de consciência nacional.

            • Antropofagia: publicado entre os meses de maio de 1928 e fevereiro de 1929, sob direção de Antônio de Alcântara Machado, surgiu como nova etapa do nacionalismo “Pau-Brasil” e resposta ao “Verde-Amarelismo”. Sua origem se dá a partir de uma tela feita por Tarsila do Amaral, em janeiro de 1928, batizada de Abaporu( aba= homem e poru = que come). Assinado por Oswald de Andrade, tinha, como diz Antônio Cândido, “uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico”

   •Verde-Amarelismo: este movimento surgiu como resposta ao “nacionalismo afrancesado” do Pau-Brasil, em 1926, apresentado, principalmente, por Oswald de Andrade, liderado por Plínio Salgado. O principal objetivo era o de propor um nacionalismo puro, primitivo, sem qualquer tipo de influência.

            • Anta: parte do movimento Verde-Amarelismo, representa a proposta do nacionalismo primitivo elegendo como símbolo nacional a “anta”, além de vangloriar a língua indígena “tupi”. 

        Através das características desses manifestos, temos por análise a identificação de duas posturas nacionalistas distintas: de um lado o nacionalismo consciente, crítico da realidade brasileira, e de outro um nacionalismo ufanista, utópico, exacerbado.
       principais escritores da primeira fase do Modernismo são: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado.